Foi-se a inspiração.

Foi-se a esperança.

Foi-se a minha alma de papel

que com línguas de fogo ardente flamejei.


Acabou a alegria

e acabou a melancolia.

Findou a vida e o sangue:


Desapareceu o lado neutral

E o que em mim era natural.


Pus fim à inocência e aperfeiçoei o obscuro.

Completou-se o diabo à morte.

Envelheceram os anjos orquestrados

Por meio de mal terminadas sinfonias.


Cessa de haver vida e morte.

O estado de latência conclusivo


O propulsor do lado vital

dormentemente se torna incisivo.


E assim se vive.

E assim se morre.

E deste modo se come latência.


Estridente: adjectivo perfeito para este pesar.


Comments

1 Response to " "

João Roque disse... 13 de janeiro de 2011 às 01:34

Com um enorme atraso, os votos de um Bom Ano.

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