E pronto, aqui estou eu depois de alguns dias passados desde o meu último texto aqui. Muita coisa se passou e aviso já aos meus leitores que sejam cépticos, que não vão acreditar na maioria do que aqui eu vou escrever.
Tudo se começou a passar num dia do início do decorrente mês. Perguntei à minha mãe... "O que é que acontecia se eu me fosse embora?". Estava a fazer um ano que eu me tinha assumido (detesto a palavra) aos meus pais. Houve uma grande tempestade num copo de água mas eu estava decidido, a minha vida não estava no melhor estado, as minhas notas estavam a cair a pique e eu estava a ir pela fossa abaixo, com elas.
Pouco tempo mais tarde avisei-a de que iria embora na Sexta-Feira.
A minha mãe ameaçou-me que ligaria ao meu pai e que chamava a GNR.
E foi isso mesmo que aconteceu. Na terça feira, dia 5 de Abril de 2011, saí da escola e fui para casa. Estive a falar com a minha Directora de Turma por causa de uma atitude minha na sala de aula que não passou despercebida e eu... Acho que não vale a pena estar a contar pois estaria a desviar completamente o assunto.
O certo é que às 16:30 estava a ir para casa. Uma colega minha fora falar comigo devido ao facto de eu estar praticamente a chorar, eu disse que estava tudo bem e pedi-lhe que dissesse ao professor de Matemática que eu não estava nas melhores condições para comparecer na aula.
Enquanto estava a sair da escola alguns colegas meus foram à janela e gritaram: "Ó Cisco!!! Não tens aula?".
Respondi um "Tenho" meio ofegante meio ansioso, porém decidido.
Quando cheguei a casa "apanhei" a minha mãe na cama com o namorado. Foi um momento um pouco... Sei lá... Embaraçoso?
Dei-lhe a conhecer a questão: se ela ligasse ao meu pai, estava no ir no preciso momento. Se ela não ligasse ao meu pai ia na Sexta-Feira.
Visto que para ela era igual, ia embora na mesma, ela ligou ao meu pai.
Fiz as malas, com o que me era essencial, em menos de 5 minutos.
Coloquei-lhe: -3 camisolas
-2 t-shirts
-3 pares de meias
-2 pares de calças-de-ganga (+ o que eu tinha vestido)
-um fóssil que para além de ter muita estima pelo mesmo, tem elevado valor monetário
-o meu portátil (que fui eu que comprei) :P
-o saco onde tinha as coisas que o meu namorado me tinha dado, que foi a primeira coisa que coloquei nas malas.
Ao saír de casa a minha minha mãe, ela disse o épico, o cliché, o batidíssimo...
SE SAÍRES POR ESSA PORTA NÃO ENTRAS MAIS.
E eu disse o transtornado... Ok... Seja.
Saí e nunca *NUNCA* tive tanta força para levar com, aproximadamente, 10 kg. nos ombros e mais um na mão.
Só parei 3 vezes para trocar de ombro & mão... Em mais ou menos 2 Km. sob um sol abrasador, como já é tradição.
Ao começar a avistar a estação olhei para trás e vi um jeep da GNR... Quando chegaram ao meu lado, ainda dentro do carro, não fugi.
Disse com ousadia: "É comigo que querem falar? =)"
Eles começaram logo a atacar, mas o meu discurso foi mais persuasivo... Contando com o facto de que eram dois labregos sem conhecimento nenhum. Ignorantes.
Expliquei os meus direitos a partir dos 16 anos e eles "ahhh... e tal.. não sei quê... mas és novo... nhanhanhanha --"
Entretanto chegou o namorado da minha mãe com a minha mãe.
Depois de muito drama, os prezados senhores da GNR tiveram um acidente para tratar e tiveram de se ir embora (que pena).
Com algum drama à mistura, eles tentaram demover-me da decisão que estava a tomar.
Fui para dentro da estação e depois de muita gritaria e me terem preso lá dentro, consegui sair.
Comecei a andar em direcção ao local onde dei o meu primeiro beijo com o meu anterior "namorado" (não gostava assim tanto dele)... Eles tentaram seguir-me mas rápido os despistei e fui para o tal sítio, sentei-me na terra e encostei-me na barreira de terra com alguns arbustos.
Eram 18:40... E eu liguei ao meu namorado a dizer onde estava.
Passado algum tempo deu-me uma cãibra como não tinha memória, parecia uma facada. Rastejei no chão e guinchei, mas depressa me acalmei, encostei-me na barreira, estiquei a perna e passou.
Quando ele chegou eram 21:40, tinha esperado aquele tempo todo no mesmo sítio. Partimos logo para Lisboa.
O meu pai fartou-se de nos ameaçar, em conjunto com a minha madrasta..
Quando cheguei a Lisboa fomos ao McDonald's e fomos para o Hotel.
Dentro de 4 paredes... Não vou contar o que aconteceu como é lógico. :P
Acordámos e ele levou-me para o local de trabalho dele, porque apesar de estar de férias, foi ajudar um amigo na construção do carro de um amigo para Trackdays.
Durante as duas noites seguintes infiltrou-me no quarto dele. Na segunda noite o imprevisto aconteceu, a mãe dele não foi trabalhar e ele saiu do quarto.
Pediu-me que trancasse a porta... Quando ele voltou e pediu para a destrancar, ela não destrancava. Eu, apesar de não estar nervoso, estava a começar a tremer de ansiedade.
Ele abriu a porta por fora com outra chave da casa e disse-me para vestir e quando ele saísse com a mãe para o café, para eu me ir embora e esperar por ele ao pé do carro dele.
Como tinha aberto a janela, para verificar se eram eles que iam a sair de casa quando abri a porta dei uma espreitadela, e por sorte a mãe dele não me viu dentro do quarto dele.
Vesti-me, saí do quarto, fui ao WC, fui para baixo e fiquei sentado ao pé do carro.
Ele chegou com a mãe do café e disse-me "Bom dia para ti também".
Fiquei um pouco (e é favor) WTF?
Como estou constipado, estava para me assoar.
Levantei-me e disse "Bom dia... :|".
Fui ao pé deles e ele disse para cumprimentar a mãe dele. Assoei-me e dei-lhe os típicos dois beijos.
Apresentou-me como um amigo à mãe dele. Ela pareceu-me uma mulher forte, decidida, persuasiva e sem papas na língua. Gostei.
Ele foi a casa, voltou e fizemos mais um dia a dois, pelos pequenos trabalhos dele.
Nesse dia colocou-me no sótão dele, numa tenda. Comprou-me o jantar e por lá comi.
Joguei um bocado no computador, pois não apanhava Wi-Fi, e ele foi lá ter passado algum tempo.
Ficou comigo 1:30h e foi para baixo.
Acordei com falta dele 3 vezes, e uma delas, como estava com necessidades para fazer e não conseguia adormecer assim (estava mesmo a rebentar) tive de improvisar. (e mais não digo, ele lá sabe :P).
Fomos de novo para o local de trabalho dele e por lá ficámos o dia quase todo.
Depois de a GNR me ter ligado a fazer-se passar por PJ de Coimbra, e eu ter argumentado *só* mais uma vez, desliguei o telemóvel e ele comprou-me um cartão novo.
Dei-o à minha mãe no dia seguinte e ela agradeceu.
Passámos mais um dia no Hotel e aqui estou eu, no local de trabalho de um amigo dele, com a namorada dele, os nossos "padrinhos". :P
Está tudo muito "soft'amente" contado, mas foi tudo muito intenso.
Abraço a todos os leitores e um beijo especial para Ele. :)
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